Arquivo da categoria: Caminhões

Questão de economia

Não faz muito tempo quase tive meu carro atingido por uma banda de rodagem de um pneu de carreta que se soltou no exato momento que eu ultrapassava o caminhão na Rodovia Castello Branco, próximo do Road Shopping, sentido interior. Fiz uma manobra brusca para desviar do pedaço de borracha que veio com tudo em direção da porta do passageiro, e amaldiçoei o caminhoneiro por utilizar pneu recapado de má qualidade.

Quando vemos pedaços de pneus soltos no meio da estrada, este é o primeiro pensamento que temos. Mas hoje descobri que nem toda banda de rodagem perdida na estrada é fruto de recapagem má feita. Tem uma parte que é de pneu novo, que nunca foi reutilizado. Ocorre que o mau uso dos pneus pode causar o descolamento da banda de rodagem, independente dele ser recapado ou novo.

Por mau uso entenda excesso de peso, e falta manutenção (calibração incorreta, alinhamento e balanceamento das rodas). O excesso de peso aliado ao descuido faz os pneus sobreaquecerem até explodir, seja ele novo ou recapado. Assim, a vantagem do transportador em levar uma ou duas toneladas a mais de carga além do limite permitido é ilusória. Pneus são o segundo maior custo operacional de uma transportadora, perde apenas para combustível.

Assim, não é à toa que muitos utilizam pneus recapados, pois o custo de uma recapagem é de apenas 30% do preço de um pneu novo, em média. Mas, apesar de a recapagem mostrar ser um bom negócio, é preciso ter critérios na hora de contratar uma empresa. Com 40 anos de mercado, a Borrachas Vipal montou ao longo do tempo uma rede autorizada de 250 reformadores, que contam com assistência técnica e comercial, para oferecer ao transportador produtos de qualidade.

Importante ressaltar que banda de rodagem é item de certificação compulsória, assim todos os reformadores de pneus devem ter os processos avaliados e estampar o selo do Inmetro nos produtos. Obrigatoriamente.

Durapol
O processo de recapagem de pneus é simples, mas trabalhoso. Visitamos a Durapol, em São Paulo, quase na divisa com São Caetano do Sul, empresa que faz parte do Grupo Dellavia Pneus. O proprietário, Samuel Delamuta, assumiu a empresa há 19 anos e desde então vem aprimorando as técnicas e tecnologias de recapagem, porém faz questão de reprovar carcaças que não considera apta para a recapagem. “Temos índice de recusa de 15% a 17% das carcaças que chegam”, comenta. “Em algumas empresas a recusa é menor, mas isso impacta na qualidade do pneu depois”, diz.

A Durapol trabalha apenas com transportadores, em contratos fechados, assim, quanto mais carcaças são reprovadas para recapagem, menos trabalho para a empresa. Em outras palavras, não é bom negócio para nenhuma das partes, mas é um mal necessário.

Depois de inspecionado, o pneu é lixado para retirar toda borracha da banda de rodagem. Passa por inspeções e consertos, quando necessário, e segue para a colagem da banda de rodagem. Depois é envelopado à vácuo (para que a banda não se desloque) e finalmente, vulcanizado (veja vídeo acima).

Delamuta comenta que realiza em média 3,5 mil reformas em pneus por mês na Durapol, mas tem capacidade produtiva para fazer até 5 mil caso seja necessário. A média de recapagem por pneu atualmente é de 1,4. “Tem pneu que conseguimos fazer uma, no máximo duas recapagens, como os radiais, pois são pneus que rodam 60-80 mil Km, mas nos diagonais, que estão cada vez mais raros, é possível fazer cinco ou seis recapagens, porém rodam apenas 20 mil Km por recapagem”, diz Delamuta.

Sustentabilidade
O Brasil é o segundo mercado mundial de reforma de pneus, perde apenas para os Estados Unidos. Dados da Associação Brasileira do Segmento de Reforma de Pneus (ABR), indicam que anualmente são reformados mais de 8 milhões de pneus de caminhão/ônibus. Para efeito de comparação, o mercado de reposição de pneus novos é de 6 milhões de unidades/ano. Isso proporciona uma economia real ao setor em torno de 7 bilhões de reais/ano.

Além disso, a reforma de pneus reduz o consumo de recursos naturais. Em relação a um novo, cada pneu de carga reformado evita que se gaste, em média, 57 litros de petróleo durante a sua fabricação. Quanto à energia elétrica, a redução do consumo chega a 80%.

Iveco realiza teste drive na região Sul

“Tech Drive Tector” vai percorrer os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul
“Tech Drive Tector” vai percorrer os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul

Devido ao sucesso do ano passado, o “Tech Drive Tector” voltou e nesta edição irá percorrer mais de 3.000 quilômetros entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. A ação tem por objetivo divulgar o veículo Tector, dando a oportunidade para caminhoneiros autônomos e motoristas de frotas conhecerem de perto toda a tecnologia e conforto do semipesado.

O evento ocorre em postos da rede Shell, parceira da Iveco no programa de relacionamento Clube Irmão Caminhoneiro, seguindo rotas estratégicas de circulação de caminhoneiros no eixo Sul do país. Até o dia 30 de agosto, a caravana passará pelo município gaúcho de Ijuí, além das cidades catarinenses de Araquari, Itajaí, Cocal do Sul, Videira e Santa Cecília.

A ação prevê cerca de 900 testes-drives nos quatro modelos disponíveis. São eles: Tector 170E22 Attack, robusto, durável e econômico, considerado o melhor custo-benefício do segmento; Tector 240E28 Premium e dois modelos Tector 240E28S Premium, equipados com computador de bordo, coluna de direção regulável, banco do motorista com suspensão pneumática e uma nova suspensão da cabine, sinônimos de conforto, ergonomia e dirigibilidade no dia a dia.

Em todos os eventos haverá a participação de concessionárias locais da Rede Iveco para cadastrar os interessados em adquirir o semipesado e conhecer as modalidades de compras disponíveis. Confira a programação:

5 a 9 de agosto
Posto Parada dos Amigos
Itajaí (SC)

12 a 16 de agosto
Posto Cocal do Sul
Cocal do Sul (SC)

19 a 23 de agosto
Posto Pizzolotto
Ijuí (RS)

26 e 27 de agosto
A. P. Dois Trevos
Videira (SC)

29 e 30 de agosto
Cesca& Cia.
Santa Cecília (SC)

No mundo da plataforma

Com a mudança de legislação de emissões para veículos diesel em 2012, a Mercedes-Benz, assim como todas as demais montadoras de caminhões, renovou os modelos oferecidos ao mercado, e o antigo Mercedinho 710 deu lugar ao Accelo, disponibilizado em duas versões: 815, com PBT de 8.300 kg, e 1016, com PBT de 9.600 kg, ambos com três opções de entre-eixos: 3,10 metros, 3,7 m e 4,4 m. Os preços, vão de R$ 132.691,41 a R$ 146.408,81, somente o chassis-cabine.

O novo motor do Accelo é até 6% mais econômico do que o anterior
O novo motor do Accelo é até 6% mais econômico do que o anterior

O novo caminhão leve conta agora com mais capacidade de carga (o 710 tinha PBT de 7 toneladas), o que permite a Mercedes-Benz oferecer o Accelo a um novo mercado: plataformas de resgate de veículos. “O antigo Mercedinho ficava no limite do PBT, e por isso não se encaixava neste perfil de uso, mas o novo 815 tem capacidade de sobra”, afirma o engenheiro de Marketing da Mercedes-Benz, WIlson Baptistucci.

Entre as qualidades do caminhão, destaque para o novo motor OM 924 que recebeu a tecnologia BlueTec 5 para atender às normas de emissões Proconve P-7, e ao mesmo tempo ficou mais forte, potente e econômico.

Motor diesel ficou mais potente e econômico
Motor diesel ficou mais potente e econômico

Segundo a montadora, a economia de combustível chega a 6%, além de economizar na troca de óleo, que deve ser feita em intervalos maiores, passou de 20.000 km para 45.000 km. “Como o motor queima melhor o combustível, menos resíduos são gerados, o que contamina menos o lubrificante, permitindo assim um intervalo de troca maior”, explica Baptistucci.

Equipado com uma plataforma de socorro da Engetruck, implementadora parceira da Mercedes-Benz, fizemos um breve test drive no modelo 815 com entre-eixos de 4,4 m, em que foi possível conferir o conforto e a manobrabilidade do veículo.

A plataforma da Engetruck conta com um sistema de articulação reduz o ângulo de acesso à rampa, e isso permite transportar veículos rebaixados, bom para quem trabalha com socorro de esportivos. “Apesar da nossa parceria com a Engetruck, o Accelo aceita implementos de qualquer marca”, afirma Baptistucci.

No dia a dia

Novo painel traz computador de bordo
Novo painel traz computador de bordo

É preciso gostar muito de carro grande para rodar pela cidade com um veículo de mais de 8 metros de comprimento. O Accelo mostrou facilidade no trânsito, dirigí-lo é muito simples, e requer apenas bom senso para o tamanho da carroceria. Um câmbio automático ou automatizado seria bem vindo.

A versão avaliada contava com computador de bordo, item de série, e ar-condicionado e vidros elétricos, como opcionais.