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O que será de 2015?

2015 começa com dúvidas, demissões e violência no Brasil e no mundo. Será competente este novo ministério que a presidente Dilma Rousseff acaba de nomear? Terão eles a coragem e capacidade de promover os ajustes que o País precisa para voltar a crescer economicamente? Eles sabem o que deve ser feito?

Na dúvida, melhor precaver do que remediar, e é justamente assim que muitos consumidores estão agindo, pois com tantas incertezas é difícil saber o que virá a seguir. Nada é garantido. A renda de hoje pode não haver amanhã e assim, como é possível comprometer ainda mais o orçamento doméstico?

Na indústria automotiva, os números mostram um quadro de recessão econômica na ordem de 7,1% nas vendas de carros zero Km em 2014 em relação a 2013, segundo a Anfavea. E a entidade divulga ainda que a quantidade de empregos nas montadoras caiu 7,9% no mesmo período. Isso sem contar as recentes demissões na Volkswagen e Mercedes-Benz.

A perda de empregos é resultado direto da redução de produção, que em 2014 foi 15,3% menor do que em 2013. Isso mesmo, as plantas brasileiras de automóveis produziram bem menos carros em 2014. Por que? Boa pergunta. Estranho é que ninguém fala em recessão econômica…

No setor de motocicletas, os números também não foram bons em 2014. Segundo a Abraciclo, a produção recuou 9,3% em 2014, enquanto as vendas foram 10,2% do que 2013.

Expectativas
Apesar disso, as entidades mostram-se otimistas, assim como grande parte dos empresários e executivos. O discurso padrão é de um primeiro semestre de ajustes e retomada de crescimento no segundo semestre, uma vez que este ano não há mega eventos (Copa do Mundo e Eleições) para atrapalhar as atividades de bens de consumo.

Tanto Anfavea quanto Abraciclo projetam estabilidade na venda de veículos novos em 2015. A associação dos fabricantes de automóveis acredita ainda em um pequeno aumento na produção, algo em torno de 4,1% sobre o produzido em 2014, e um crescimento pífio em exportações de 1%. Seriam bons números se não houvesse ainda tanta dúvida…

E o aumento de produção da Anfavea pode ainda ser mascarado pelas novas marcas que devem finalizar investimentos das novas plantas em 2015 e começar a montar carros no Brasil, como parte do acordo do Inovar-Auto. Assim, a única certeza é de que nada é certo.

Mas, fato é que nenhuma crise dura para sempre, porém só termina depois que começar e para muitos no governo Federal, ainda nem começou, pois fica melhor na foto mudar as regras do jogo do que realmente tentar vencer.

Violência
Esse editorial não pode deixar de comentar sobre a barbárie dos atentados ao Charlie Hebdo. Foi um ato covarde de pessoas intolerantes sem o mínimo bom senso da vida em sociedade e do que é ser humano pensante. Ato cometido por criaturas que se assemelham a robôs pré-programados a tocar o terror independente de quem seja, simplesmente pois não aceitam brincadeiras, mesmo sendo de gosto duvidoso.

Imaginem que se em algum momento este periódico criticar algum modelo de veículo por qualquer questão e no dia seguinte uma facção de engenheiros e projetistas sem noção resolve invadir a redação a tiro porque onde já se viu escrever que determinado modelo é mais feio do que o outro? Pois é. É assim que vivemos hoje.

Falar de falta de bom senso me fez lembrar de um post que me foi compartilhado no Facebook, dando conta de um motorista que foi parado por um policial rodoviário e levou uma multa por estar dirigindo com uma mão só enquanto a outra colocava um drops de menta na boca… Multa média e 5 pontos na CNH, segundo o código de trânsito. O guarda estava errado? Pela lei, não. Foi errado lavrar a multa? Com certeza, sim. Quanta falta de bom senso! É desse tipo de autoridade que tenho medo.

Agora imaginem como será quando os primeiros carros autônomos chegarem ao mercado. Várias montadoras já trabalham nisso. Será que nossas leis conseguirão acompanhar essa evolução?

Realmente, este é um ano de muitas dúvidas, ainda…

Boa leitura
Alexandre Akashi
Editor

Muito trabalho a fazer

Mês passado realizamos o 1º Pit Stop dos Consultores Automotivos do Jornal Farol Alto e o resultado é assustador: nenhum carro nem motocicleta avaliado estava com todos os itens em ordem. Sempre havia alguma coisinha para ser feita, em alguns casos simples demais até, que o dono do próprio carro pode (e deve) fazer, como calibragem dos pneus, ou ainda a desatenção de alguma pessoa que colocou lubrificante em excesso no motor do carro.

Os números mostram que é preciso ficar alerta e há muito trabalho a fazer, principalmente o governo e os técnicos e proprietários de oficinas mecânicas, pois muitas vezes o dono do carro não sabe que anda sobre uma bomba prestes a explodir. Cabe a estes agentes o maior esforço para conscientizar a sociedade da importância da manutenção preventiva, além de ser uma responsabilidade social de cada proprietário de veículo.

Já demorou para o governo Federal instituir a inspeção técnica de segurança, que avalia as reais condições de rodar dos veículos. Este tipo de ação minimiza os riscos de acidentes, pois obriga o dono do veículo a mantê-lo em ordem. Minimiza ainda as mortes por problemas respiratórios, pois motor bem regulado emite menos gases nocivos e de efeito estufa.

Nossa edição, nossos consultores mostram que estão fazendo a parte deles, assim como os patrocinadores desta ação: Personal Car, Nakata, Ampri, ZF Services e Dayco. São empresas que ganham com isso, mas também enxergam os benefícios gerais para a sociedade.

Na página 10, apresentamos um resumo dos números coletados nas 53 vistorias realizadas em automóveis de passeio. Expressamos os valores em percentuais, pois mesmo com uma amostra pequena, é possível ter ideia da dimensão do problema. E é possível tirar uma conclusão interessante: a extinta inspeção veicular ambiental, apesar de todas as críticas, trouxe resultados positivos, pois enquanto alguns itens apresentam percentual de 30%, 40% ou até mesmo 50% de casos, as emissões de gases ficaram em 17% dos veículos avaliados, índice similar ao último ano de ‘Controlar’.

Não defendemos que o mesmo modelo deve retornar, mas sim um mais completo, em que itens de frenagem e teste computadorizado de amortecedores sejam avaliados, assim como estado geral do veículo e itens de segurança obrigatórios, como estepe, macaco, triângulo, cintos de segurança, extintor de incêndio etc..

Híbridos
Nesta edição mostramos também a avaliação de cinco veículos com motor elétrico, sendo que somente dois estão disponíveis no mercado. Foi uma experiência única, pois a tecnologia já está pronta e falta pouco para que seja acessível à maioria dos brasileiros.

O carro híbrido ou 100% elétrico é a solução para o transporte urbano onde os índices de poluição atmosférica é elevado. Porém, antes mesmo de trocar a motorização dos automóveis, seria interessante começar pelos meios de transporte públicos e veículos de carga urbano, os VUCs, que atualmente são, na maioria, movidos à diesel, e enquanto não houver uma forte atualização da frota, a idade média permanece elevada, o que significa motores menos eficientes.

Imaginem se todos os ônibus fossem elétricos. Além de menor emissões, o ruído seria menor também. E pensem como seria bom não ficar atrás de um caminhão da década de 1970 no congestionamento nas marginais…

Por que somente nossas autoridades não conseguem enxergar além do umbigo?

Alexandre Akashi
Editor

Diga não ao militarismo

Apesar desta ser uma publicação sobre automóveis é quase impossível não abordar este assunto assustador: passeatas e protestos de grupos de ignorantes pedindo intervenção militar sobre o governo federal. Este é o maior absurdo que já vi, e não me conformo com a estupidez destas pessoas que realmente não sabem o que fazem.

Pedir intervenção militar é andar para trás, retrocesso. É pedir para ser calado a tapa, e isso é sinal de que tudo está realmente ruim, mas tão ruim que a melhor saída é a ignorância, pois quem diz que no governo militar não havia corrupção nem ladroagem é porque não sabe ler, muito menos interpretar um texto.

Nisso, a propósito, os militares foram excepcionais. Formar cidadãos burros, de terceira classe, que preferem ficar de fora do mundo, pois só assim se sobrevive. Eram poucos os que tinham coragem de reivindicar liberdade.

Liberdade não é apenas poder ir e vir de onde quiser e quando quiser. É também poder aprender, adquirir cultura, se desenvolver como ser humano, e isso, caros leitores, só se faz com democracia, com o respeito pela escolha da maioria. E o local onde vivemos somente será melhor quando a maioria for letrada, tiver acesso à educação, ensino, cultura e deixar de ser analfabeto; souber ler, interpretar e compreender um texto a ponto de conseguir escrever.

Fico agora me questionando qual é o perfil desse povo maluco que quer intervenção militar. Eleitores insatisfeitos com a presidente Dilma Rousseff e o PT? Pessoas que votaram no Aécio pois eram contra a atual administração? Caros, intervenção militar é um passo na direção de Cuba e Venezuela. É isso que essas pessoas querem? O governo PT bem que tentou…

O brasileiro realmente precisa aprender a votar. Votar em fulano para sicrano não ganhar é o pior voto que existe, pois não há simpatia pelos ideais do candidato escolhido, mas, sim, antipatia pelo adversário dele. Saibam que são farinha do mesmo saco. Por isso é importante a não obrigatoriedade do voto. Por ser obrigatório, o eleitor vai às urnas fazer merda.

Nas próximas eleições, escolha o candidato pela afinidade e não porque é contra o outro. Assim você estará sendo honesto consigo e com o resto da sociedade. E, se não simpatizar com ninguém, não vote em nenhum deles. Assim você não contribui com a palhaçada que vemos hoje.

Automóveis
Sobrou pouco espaço para falar sobre carros, mas o suficiente para apresentar a edição de novembro que está cheia de novidades por conta do Salão do Automóvel, que começou no fim de outubro. São novidades mornas, pois a grande maioria dos lançamentos apresentados já estão na mídia há meses, mas mesmo assim, vale a pena conferir de perto.

O que há dois anos era um setor esperançoso e cheio de vigor, com centenas de novas marcas se aventurando em terras estrangeiras, este ano foi muito mais pé no chão, sem a euforia dos importados de alto luxo e alta performance, nem a enorme quantidade de marcas novas e pouco conhecidas, vindas da China. Algumas marcas, inclusive, não mostraram nada de mais além do trivial.

Outro assunto que merece destaque neste espaço é o evento que nossos Consultores Automotivos prepararam para o próximo dia 22, no estacionamento do Telha Norte Aricanduva, em São Paulo. Trata-se de um mutirão de revisão automotiva em que teremos avaliações gratuitas dos principais itens de segurança de carros e motos. É um evento pró vida, pois carro bem cuidado tem menos chances de causar acidentes, e motor bem regulado polui menos.

Alexandre Akashi
Editor

Quem é a favor da vida?

Outubro será um mês tão corrido quanto foi setembro, que contou com diversos eventos do setor automotivo. Os principais foram o lançamento da tecnologia Start-Stop em um compacto popular, o Fiat Novo Uno Evolution (pág. 6), a Automechanika Frankfurt, maior feira de autopeças do mundo (pág. 7) e Congresso SAE BRASIL (pág. 5). Em comum, estes três eventos trouxeram novidades, ainda que as do Congresso SAE BRASIL sejam para um futuro próximo.

Este mês começa com eleições para presidente, governador, senador e deputados (federal e estadual), com possíveis alterações importantes no cenário político brasileiro e, se possível, na economia também. Já não podemos mais ser um país de commodities agrícolas, precisamos ser uma nação industrializada, com política industrial definida e coerente às necessidades da população.

Precisamos de um política industrial específica para o setor automotivo que leve em consideração elementos importantes como a inspeção técnica veicular (de segurança e ambiental) e a reciclagem de 100% do veículo, pois já não é mais admissível que os carros que já não servem mais a ninguém terminem no fundo das represas.

As montadoras devem ser responsáveis por retirar esses carros das ruas, como parte do ciclo de vida do produto. Afinal, não são todas elas amigáveis ao meio ambiente nas propagandas de TV e anúncios de revistas? Diariamente recebo textos de divulgação das mais diversas empresas do setor sobre as centenas de ações e milhões de reais que investem em processos e ações ambientais.

Inspeção veicular
Obrigar o dono do carro a manter o veículo em condições mínimas de segurança e com o motor devidamente regulado é muito mais do que uma questão ecológica ou econômica. É uma questão de saúde pública, principalmente, pois o veículo inspecionado é menos propenso a quebras inesperadas e com isso se reduz os riscos de acidentes e, além disso, motor bem regulado polui menos, o que melhora a qualidade do ar e reduz o número de internações e mortes.

Os benefícios da inspeção técnica veicular são tantos que somente os hipócritas e demagogos a criticam. Custa dinheiro? Sim, custa. Mas é por um bem maior.

É uma pena que no Brasil os estudos multidisciplinares são escassos, as autoridades míopes e a população ignorante e despreocupada para este tipo de questão. Afinal, morrer atropelado porque o caminhão perdeu o freio faz parte da vida, certo? Ou ainda, morrer asfixiado porque o ar está ruim, também. Mas é claro que não!

No mês que vem, os Consultores Automotivos do Jornal Farol Alto realizam um grande mutirão de revisão coletiva, gratuita, para avaliar a situação dos automóveis que circulam pela cidade de São Paulo. Será um dia de check-up, em que serão vistoriados mais de 20 itens de segurança do veículo, e ao final o dono do carro recebe um relatório de como está o veículo. Não haverá aprovação nem reprovação, mas conscientização da importância de ter o carro em ordem.

Somos a favor da manutenção preventiva, e mais ainda da inspeção técnica veicular, pois somos a favor da vida. É preciso ser responsável ao adquirir um veículo, e dirigir de forma segura e com segurança.

Salão do Automóvel
O mês de outubro termina com a abertura do Salão do Automóvel de São Paulo, o mais importante evento da indústria automotiva na América do Sul. Como há dois anos, quando começamos a editar o Jornal Farol Alto, estaremos lá para cobrir mais este evento. Na próxima edição, em novembro, traremos as principais notícias do evento.

Alexandre Akashi
Editor

Dois anos de Farol Alto

Esta é uma edição especial do Jornal Farol Alto, pois com ela rompemos a barreira de dois anos de publicação. Foram 24 meses de muita luta, esforço e algumas vitórias, apenas o suficiente para manter acesa a chama da vontade de sempre ir além.

Esta edição apresenta novidades, sendo a principal o novo Caderno 2Rodas, com reportagens do universo dos motoclubes, avaliações de novos modelos e notícias do mercado. Contamos com a valiosa ajuda do piloto profissional Diego Tartalho e do proprietário da Somoto, oficina de motos na zona Norte de São Paulo, Valter Tartalho, além do jornalista especializado em motos, Marcel Mano. Obrigado, amigos.

Como já é costume, nas capas de aniversário buscamos algo exclusivo para presentear o leitor. Na primeira edição, a Mercedes-Benz SLS 63 AMG, a Asa de Gaivota, marcou o início de uma era. No primeiro aniversário, a avaliação da Classe C deixou a edição mais requintada. Nesta, a estrela de três pontas não podia ficar de fora, e apresentamos a SL 63 AMG, um conversível de tirar o fôlego, literalmente.

Retrospecto
Ao olhar para trás vejo que acertamos na mosca o momento de iniciar esta publicação. Dois anos não é muito tempo, mas é o suficiente para indicar caminhos, e o que trilhamos está 100% correto.

Nossa proposta diferenciada de abordagem das reportagens, tendo como principal voz o reparador automotivo, que vive diariamente as dificuldades de trabalhar com um número tão vasto de marcas, modelos e tecnologias, dá a oportunidade de mostrar para o consumidor de automóveis e serviços automotivos que nem tudo é lindo e maravilhoso como as propagandas mostram na TV.

Nosso slogan – Informação automotiva de quem sabe para quem cuida – foi criteriosamente elaborado, e infelizmente o que percebemos ainda é que entre os proprietários de automóvel, são poucos os que realmente cuidam do veículo da forma com preconiza o manual fornecido pela montadora.

Aos poucos, tentamos mudar este quadro. Lamentavelmente perdemos a única iniciativa que caminhava neste sentido, a inspeção veicular ambiental, que dizem que vai voltar mas realmente, não acredito.

Veículo com motor bem regulado polui menos e isso ajuda na área da saúde pública. Carro, moto, ônibus e caminhão com manutenção em dia também, pois reduz o risco de acidente por falha mecânica. O número de mortes no trânsito é algo assustador.

Fazemos nossa parte e continuaremos, pois sabemos que nada ruim dura para sempre.

Eleições
Uma forma de tentar mudar esse quadro é pelo voto. No mês que vem teremos eleições para presidente, governador, senador, deputado federal e estadual.

A lista é grande e infelizmente não há nenhum nome 100% confiável disputando os cargos executivos, e os legislativos são como uma loteria.

Independente de quem ganhar, a única certeza é de que a sociedade civil organizada precisa exigir mudanças nos assuntos urgentes como educação, saúde, segurança, habitação, transporte, infra-estrutura, reforma tributária, previdenciária, política e outros temas polêmicos, que exigem do chefe de governo muito mais do que vontade.

Todos sabem o que deve ser feito, mas ninguém ousa fazer. Por que?

Assim, antes de ir às urnas procure a resposta para esta questão e vote em quem acredita que possa respondê-la.

Boa leitura
Alexandre Akashi
Editor

 

Será que agora vai?

Já tivemos Carnaval e a Copa do Mundo terminou (não da forma como nós, brasileiros, gostaríamos, mas acabou), e a pergunta que todos se fazem é: será que agora vai? Ou as eleições vão atrapalhar um pouco mais o conturbado calendário deste ano?
A verdade é que não está fácil para quem trabalha no setor automotivo. Das montadoras às oficinas de reparo, o negócio está devagar.

A Anfavea, porém, vê o segundo semestre com otimismo. O presidente da entidade, Luiz Moan Yabiku Junior, acredita na retomada do crescimento. “As turbulências que pairaram sobre o setor neste primeiro semestre estão sendo superadas e o viés agora é de crescimento. As questões de financiamento pelo PSI, que travaram a comercialização de veículos pesados e máquinas autopropulsadas no início do ano, foram resolvidas. O acordo com a Argentina foi assinado e já está em vigor. As alíquotas do IPI foram mantidas até o fim do ano. São fatores que nos fazem ter a convicção que o segundo semestre será melhor que o primeiro”, disse.

Fato é que a indústria registrou retração no primeiro semestre de 7,6% nas vendas ao se comparar as 1,66 milhão de unidades de 2014 com as 1,80 milhão de igual período de 2013. A produção também apresentou recuo, que foi de 16,8% no acumulado do semestre, ao se defrontar as 1,57 milhão deste ano com as 1,88 milhão do ano passado.

O impacto foi grande e obrigou a Anfavea a rever os números da projeção de vendas e produção para 2014. Agora, a expectativa da entidade é de retração de 5,4% nos licenciamentos, 10% na produção, e 29,1% nas exportações.

Autopeças
Apesar de ainda não ter o balanço do semestre consolidado, os números do faturamento acumulado de janeiro a maio de 2014 da indústria de autopeças mostram que a situação está ruim para o setor, com retração de 9,28% em relação a igual período de 2013.

É preciso lembrar que este resultado ainda não leva em consideração os dias parados da primeira fase da Copa do Mundo, assim é de se esperar que a queda de faturamento do setor seja maior ainda no semestre.

Motocicletas
No universo das duas rodas a realidade não é diferente. Segundo a Abraciclo, houve redução de 8,4% na produção de motos no primeiro semestre deste ano, com a fabricação de 769.613 unidades, contra 839.945 no mesmo período de 2013.

Já as vendas apresentaram queda de 12,2% no período, com volume de 716.814 motocicletas comercializadas no primeiro semestre deste ano frente a 816.462 unidades no primeiro semestre do ano passado e, da mesma forma que a Anfavea, refez as projeções para o fechamento do ano, agora com queda de 3%, tanto para a produção quanto para as vendas.

Assim, a ordem agora é vender para tentar recuperar as perdas. “No segundo semestre, portanto, o setor estará focado na necessidade de recuperação dos volumes de vendas e ajustes dos estoques”, afirma o presidente da entidade, Marcos Fermanian.

Criatividade
Em tempos difíceis como estes é preciso ter muita criatividade e um pouco de planejamento (pois é quase impossível planejar algo em um país que a todo tempo muda as regras do jogo, com criação de taxas e impostos).

Na seção Perfil desta edição apresentamos o exemplo do empresário Francisco Carlos de Oliveira, que tem utilizado o Jornal Farol Alto como aliado na conquista de novos clientes. E, apesar do pouco tempo da iniciativa, já colhe resultados positivos.

Boa leitura
Alexandre Akashi
Editor

Fique de olho na qualidade

A partir deste mês de julho, o consumidor deve ficar atento ao selo do Inmetro ao comprar autopeças no mercado de reposição. A medida passa a valer a partir do dia 21 para amortecedores, bombas elétricas de combustível para motores ciclo Otto, buzinas, pistões de alumínio, pinos e anéis de trava, anéis de pistão, bronzinas e lâmpadas.

Caso o produto adquirido não apresente o selo de conformidade, recuse e denuncie ao Inmetro, por meio do site da empresa (www.inmetro.gov.br), pois o selo é a garantia da aquisição de produto com qualidade assegurada por normas e regulamentos.

É importante lembrar que o selo do Inmetro nos componentes automotivos tem como objetivo evitar a venda de produtos de origem desconhecida ao consumidor, que podem colocar em risco a vida e saúde dos motoristas e demais passageiros, uma vez que se desconhece a procedência da autopeça aplicada.

Baterias
Desde o último dia 18, todas as baterias automotivas vendidas no comércio varejista também devem possuir o selo de Inmetro. Porém, além do selo do Inmetro, o consumidor deve ficar atento a outros itens, como as características do modelo original do veículo, e adquirir uma similar, para o correto funcionamento do veículo.

Caso haja dúvida na hora da escolha, é recomendável a consulta a um profissional especializado, que pode indicar o produto que melhor se adéqua às necessidades.

Vale lembrar que existem baterias de diversas amperagens, e a determinação da mais apropriada depende da quantidade de equipamentos instalados no carro. Normalmente, as baterias apresentam as seguintes siglas:

Ah – Ampère/hora: é a medida da capacidade de armazenamento elétrico que a bateria deve proporcionar em descarga, nas partidas e na alimentação do sistema elétrico;

CCA – Corrente de partida a frio ou corrente de arranque: indica a corrente máxima que a bateria pode fornecer na partida, principal função do produto no veículo. Quanto maio for o CCA, melhor será o desempenho da bateria;

RC – Reserva de Capacidade: determina o tempo (em minutos) que uma bateria plenamente carregada pode fornecer 25 Ampères até uma tensão final de 10,5 Volts.

Copa e trânsito
O segundo jogo da Seleção Brasileira na Copa do Mundo 2014, que ocorreu no dia 17, serviu para mostrar como seria um horário de pico sem rodízio na cidade de São Paulo. A partir do meio-dia, todo mundo largou o que estava fazendo nos escritórios, pegou o carro no local de estacionamento e tentou chegar ao local onde iria assistir o jogo, que começaria às 16h.

Neste dia retornava de uma reunião no interior de São Paulo, e às 13h30 entrei na marginal Pinheiros, sentido Interlagos. Às 15h, parei no meio do percurso, após tentar pelo menos três caminhos alternativos. Isso mostrou o quanto a cidade está despreparada para enfrentar este tipo de situação, e o quanto são necessárias obras viárias para dar maior fluidez ao trânsito, e como o rodízio de veículos é uma medida paliativa, que em breve será tão ineficaz quanto incorreta, pois tira a mobilidade de quem paga caro para poder se locomover sem precisar se esfregar em pessoas desconhecidas.

E ainda dizem que estudam a expansão da área do rodízio, pois o ‘centro expandido’ já não comporta tantos veículos. É realmente uma falta de respeito com o consumidor, que trabalha muito para comparar o carro mais caro do mundo, e não pode usufruir dele por completo.

Boa leitura
Alexandre Akashi
Editor

Copa, eleições e união

Já é meio do ano e é impressionante como o tempo passou rápido. Mais alguns dias começa a Copa do Mundo, e com ela dias de alegrias e sofrimento para os muitos amantes de futebol.

Vamos todos torcer para o Brasil vencer mais uma, porém este ano será diferente pois antes mesmo de começar deixou um gosto amargo na boca que impede boa parte da população bater a mão no peito e dizer com orgulho: somos brasileiros e temos o melhor futebol do mundo.

Agora o mundo inteiro sabe o quanto a corrupção e a falta de bom senso comum impera no País do Futebol, que quase deixou os dirigentes da Fifa de cabelos em pé pela falta de organização na construção dos equipamentos necessários para a realização do mundial.

A bronca foi tanta que sobrou para todo mundo, inclusive para você, caro leitor, que foi chamado de vagabundo pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter. “Para mudar o País, a sociedade deve ter vontade de trabalhar”, disse.

Estamos todos revoltados e com razão. Revoltado com a má administração, com a repercussão negativa e com as poucas chances de o Brasil vencer a Copa em casa, uma vez que Alemanha e Portugal são os grandes favoritos.

Sorte que este ano tem eleições e esta é a oportunidade do povo brasileiro mostrar que está realmente farto de ser tão mal representado. É a chance de mudar os mais de 500 anos de história de extrativismo e começar a planejar a longo prazo.

Este tipo de mentalidade é fundamental para o desenvolvimento industrial e a manutenção dos investimentos que grandes empresas têm realizado no Brasil. Nos últimos três anos, o chamado Primeiro Mundo viveu a maior crise do século, enquanto nossa economia crescia, mas de forma irreal, meio mascarada, mas suficiente para chamar atenção do mundo. E, quando viramos o centro das atenções, deixamos a peteca cair.

editorial---somoto
Integrantes da Família Somotos são batizados em noite de festa e rock

Reunião
No momento de ir às urnas, o brasileiro deve ter o mesmo senso de união que os motociclistas. Reunidos em clubes, saem em grupos organizados para curtir um estilo de vida com o vento na cara.

A convite do consultor Francisco Carlos, participamos do batismo de um novo grupo, a Família Somotos, presidido pelo agora amigo, Valter Tartalho, da oficina Somoto, na zona Norte. “Somos uma família, pois no nosso grupo só aceitamos casais”, explica Tartalho.

Alexandre Akashi
Editor

Pensar faz bem à saúde

No início do mês passado (abril), o Ipea – Instituto de Pesquisas Aplicadas divulgou nota retificatória sobre o estudo de tolerância à violência contra a mulher e casos de estupro, que em primeiro momento havia revelado que 65% dos brasileiros acredita que mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas (estupradas).

A notícia dos 65% gerou muita polêmica em todo tipo de meio de comunicação. Ficou dias na boca do povo, que considerou absurdo o pensamento pequeno e mesquinho do brasileiro em relação ao comportamento feminino de se vestir sensualmente para atrair a atenção de outras pessoas.

Socialmente falando, o resultado de 65% é um problema e demonstra a falta de educação de um povo, retrato de anos de desleixo por parte dos administradores públicos na provisão de ensino para a população.

Mas, depois de tudo, a bomba maior caiu sobre o Ipea: o resultado não era exatamente o anunciado. O número correto era 26% e não 65%. Não era a grande maioria da população que acha que mulher que se veste de forma sensual merece ser atacada, mas apenas 1/3. O Ipea levou uma semana para descobrir que havia um erro de troca de gráficos, e os técnicos comentaram que acharam estranho o resultado, mas só foram checar depois de a lambança estar feita.

Este episódio abriu uma cova na credibilidade do instituto. Que outra pesquisa podemos confiar? Quem vai checar os dados? Este é um problema que o Ipea vai ter de superar, pois a imagem ficou manchada.

Análise do resultado
Independentemente do número, 65% ou 26%, fato é que há um problema sério na quantidade de vagas na educação pública assim como na qualidade. O povo brasileiro emburrece sistematicamente e isso é bom para quem?

A análise do resultado desta pesquisa sócio-comportamental deve ser feita de forma profunda, pois já não estamos mais na idade média em que o bruto pega o que quer na base da força. Há anos vivemos na democracia de direitos, mas também, e infelizmente  na ditadura econômica.

Quem pode pagar tem acesso a ensino de qualidade, quem não pode, desenvolve pensamentos medievais. Fato é que é mais fácil controlar os ignorantes. Basta dar a eles popozudas rebolando na TV aos finais de semana, um pouco de drogas entorpecentes legais e algumas migalhas.

Isso ajuda a vender também, pois associado a tudo colocam objetos de desejo como roupas, jóias, perfumes, celulares, carros e demais bugigangas tecnológicas para que consumam de forma desenfreada.

E, na onda do consumismo, compramos o que está disponível. No caso dos automóveis, temos modelos compactos, com baixo índice tecnológico e preços absurdos, que fazem os gringos rirem de nós. E com razão, mas para nós, o que vale é que temos carros, certo? Não importa se lá fora é possível comprar dois ou três carros iguais ao preço de um. Afinal, moramos no Brasil e não lá fora.

O brasileiro precisa aprender a pensar, pois somente assim vai ganhar respeito. É isso que esta publicação começa a fazer a partir desta edição. Falamos sobre veículos e queremos que todos aprendam como funcionam para que possam cuidar deles da melhor forma possível. Para tanto, é preciso que saibam analisar informações de forma crítica e com sabedoria, para depois saber como agir. Pensar faz bem à saúde.

Alexandre Akashi Editor

Reforço editorial

Amil Cury
Amil Cury

Março foi um mês corrido. Teve Carnaval e fechou o primeiro trimestre de um ano que será marcado por eventos grandiosos, um a cada três meses: Copa do Mundo em junho/julho, Eleições em outubro, e Natal em dezembro. Não é à toa que algumas marcas já estão em 2015, como a Fiat, que acaba de anunciar o modelo do ano que vem do Grand Siena.

Por isso temos de correr para não ser passado para trás pelo tempo, que insiste em andar cada vez mais rápido, ainda que os dias continuam com 24 horas de 60 minutos cada.

Assim, temos grande orgulho de anunciar um reforço editorial, que a partir desta edição agrega imenso conhecimento técnico às reportagens de avaliações e lançamentos da indústria automotiva, assim como nas matérias de tecnologia e serviços. Trata-se de Amil Cury, especialista em eletrônica automotiva, um dos primeiros a consertar módulos eletrônicos no País.

Amil é autoditada e fascinado por tecnologia. A adora carros e motos, e enxerga longe, muito longe. Algumas de suas previsões já viraram realidade, como a que fez quando ainda era jovem e consertava computadores e eletro-eletrônicos, na década de 1990: “As assistências técnicas, tal qual é hoje, vão desaparecer”, dizia. Em tempo, na década de 1990, havia centenas de milhares de lojas assistência técnica de TVs, videocassete, aparelho de som, computador etc.. Hoje, quem conserta esse tipo de coisa? Mais fácil comprar um novo, certo?

Mesmo fora do mercado há quatro anos, Amil nunca deixou de estudar tecnologia automotiva. Assim como os engenheiros de produtos das montadoras, ele sabe o que está por vir e alerta: “Quem não se atualizar tecnologicamente vai fechar porque não vai nem conseguir soltar um parafuso”, diz.

Claro que ainda iremos conviver por muito tempo com modelos velhos de tecnologia defasada, mas com o tempo até mesmo os mais populares estarão conectados em nuvens e terão todos os sistemas monitorados pela montadora. Um exemplo é o texto logo abaixo, do BMW 435i Coupé M Sport.

A participação de Amil nas reportagens trarão, assim, informações mais relevantes e criticas a todos os usários de veículos automotivos, desde modelos populares até os mais sofisticados, sempre com objetivo de mostrar os motivos por trás das decisões tomadas pelos desenvolvedores, que nem sempre são favoráveis ao consumidor.

TV
Outra grande novidade é a parceria entre o Jornal Farol Alto e o programa Motor 100%, do amigo José Carlos Finardi, de São Bernardo do Campo. Em breve, traremos reportagens em conjunto, complementares nas mídias impressa e televisiva. Aguardem!

Alexandre Akashi
Editor